Lula critica ANVISA e menciona risco de vidas perdidas por atrasos na liberação de medicamentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma cobrança pública à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por mais celeridade na liberação do registro de medicamentos.

Durante cerimônia de inauguração de uma fábrica da EMS em Hortolândia (SP), o petista disse que a agência reguladora precisa "andar um pouco mais rápido" para aprovar a liberação de medicamentos.

No Brasil, cabem à Anvisa os procedimentos de análise e liberação do uso de medicamentos, com registro, no território nacional.

"Não é possível o povo não poder comprar remédio porque a Anvisa não libera. Essa é uma demanda que nós vamos tentar resolver", disse Lula.

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"Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque um remédio que poderia ser produzido aqui não foi porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país", completou.

Atualmente, o processo de aprovação de medicamentos e tecnologias para tratamento de pacientes leva, em média, 18 meses. O prazo pode chegar a dois anos em determinados casos.

A Anvisa ganhou destaque na cobertura da imprensa durante a pandemia de Covid-19 ao aprovar vacinas e medicamentos contra a doença.

Mas entidades ligadas à fabricação de medicamentos têm reclamado do prazo de liberação pela agência reguladora.

O empresário Carlos Sanchez, que discursou no evento em nome da EMS, não citou algum pedido que tenha apresentado à agência.

A fábrica que Lula visitou nesta sexta trabalha com tecnologia para produzir no Brasil e comercializar moléculas de liraglutida e semaglutida, destinadas ao tratamento de obesidade e diabetes.

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Investimento estatal

Lula defendeu, no discurso, utilizar compras públicas para incentivar indústrias do país, a exemplo da EMS. O presidente disse que Sistema Único de Saúde (SUS) pode ajudar a desenvolver a indústria farmacêutica.

"Nós estamos convencidos que o poder de compra do SUS vai permitir que a gente tenha uma indústria farmacêutica capaz de competir com qualquer indústria farmacêutica do mundo. O país cansou de ser pequeno", afirmou.

O governo projeta até 2026 investimentos de R$ 57,4 bilhões no Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), entre recursos públicos e privados. A intenção é expandir a produção nacional e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros.

'Conhaque para melhorar a voz'

Em um momento de descontração durante o discurso, Lula lembrou do tempo em que era sindicalista e tomava conhaque para melhorar a voz nos pronunciamentos que fazia.

O petista provocou risos da plateia ao dizer que a EMS precisava desenvolver um medicamento para ajudá-lo nos discursos e afirmou que "água não resolve" o seu problema vocal.

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