Novo polo industrial farmacêutico do país surge em Minas Gerais

A cidade de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, tem experimentado um intenso movimento de abertura de novas empresas, especialmente na área farmacêutica, necessitando de um grande número de profissionais especializados. Instituições de ensino superior da região já projetam e planejam a abertura de novos cursos e turmas de Farmácia para formar recursos humanos para atender à demanda crescente do mercado. Nos últimos sete anos, três empresas farmacêuticas se instalaram na cidade, gerando cerca de 2.200 empregos diretos e 1.500 indiretos. O investimento dos laboratórios no município gira em torno de R$ 2,5 bilhões.

No distrito industrial de Montes Claros, por exemplo, fica o maior centro de produção de genéricos injetáveis do Brasil. São 130 tipos de medicamentos fabricados. A cidade é um mercado bastante importante para a indústria farmacêutica e está se tornando um verdadeiro polo farmacêutico, algo muito positivo para o Brasil e para Minas Gerais, gerando empregos de qualidade e que proporcionam o desenvolvimento do profissional e da região.

“Montes Claros tem se tornado um polo farmacêutico diante da atração das indústrias para cá. As operações farmacêuticas de empresas têm sido atraídas diante dos benefícios que são dados pelo governo, relacionados, principalmente, à isenção de impostos e também à própria localização da cidade, no chamado polígono da seca [o que resultou em diversos benefícios fiscais para as empresas que se estabelecem ali]”, conta o farmacêutico, professor do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico e coordenador do curso de Farmácia da UNIFIPMoc, Flávio Figueiredo.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico de Montes Claros, Edilson Carlos Torquato, isso traz um maior movimento na cadeia comercial e prestação de serviços da cidade, fazendo com que a economia cada dia se desponte mais em termos de comparação com o Estado e até o Brasil.

O crescimento do município é estimulado por diversos fatores, entre eles a localização, que facilita a distribuição dos produtos, e a estruturação viária e energética que possui. “[Nossa missão é continuar] dando condições, criando estrutura, infraestrutura necessária para que venham mais indústrias e, principalmente, que permaneçam aqui as que estão e, cada vez mais, expandindo, crescendo sua produção”, atesta Torquato.

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O professor Figueiredo lembra que esse movimento de expansão da indústria farmacêutica começou quando a Biobrás, que produzia imunobiológicos, se estabeleceu na cidade. Posteriormente, ela foi comprada pela Novo Nordisk, multinacional dinamarquesa que é a principal produtora de insulina recombinante no mundo, inclusive é quem disponibiliza para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Depois chegou a Vallée, que hoje é o Grupo MSD (Merck Sharp and Dohme), seguido de inúmeras indústrias de pequeno e médio portes, principalmente no ramo de produção de cosméticos.

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“A Hipolabor já tem uma planta muito grande aqui em Montes Claros. E agora já vemos a Eurofarma, que já está com uma planta quase pronta, talvez a maior da América Latina, com previsão para início das operações no início de 2025. As instalações estão muito avançadas, é uma cidade industrial. Do mesmo modo, temos a Cristália, no ramo da produção de injetáveis para o setor hospitalar, que está em fase de finalização da planta e o start acontecerá, provavelmente, em agosto deste ano”, antecipa o professor.

Figueiredo conta que duas empresas chinesas, de biotecnologia, também estão com contratos assinados para se instalarem na cidade, onde receberam terrenos da prefeitura.

Aumento da demanda impulsionou crescimento

Montes Claros tem aproximadamente 450 mil habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a população flutuante chega a 1 milhão, porque a cidade é um polo de saúde e comércio para todo o norte de Minas e o sudoeste da Bahia. Historicamente, essa demanda pressionou o crescimento da cidade e impulsionou o desenvolvimento da região.

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“Considerando esses aspectos, é uma cidade, por exemplo, que tem um aeroporto muito bem instalado, que tem voos, que levam para a capital Belo Horizonte, que tem voos diretos para São Paulo, justamente para realizar essa logística, seja de alguma carga, seja da necessidade de transporte de altos executivos. Estamos falando de um município que tem se preparado para responder a esse estímulo, a essa demanda gerada pelas indústrias farmacêuticas que aqui tem se estabelecido. Toda essa infraestrutura da cidade acabou desenvolvendo vários outros setores, como alimentação, arquitetura, infraestrutura urbana, construção de muitos condomínios residenciais, entre outros”, afirma o professor.

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Montes Claros é também um polo de educação, sendo uma região que forma muitas pessoas. “Eu, por exemplo, sou coordenador de Farmácia de uma da instituição que oferece o curso, mas há outras que também recebem essa demanda, ou seja, em termos de formação de farmacêuticos nós atendemos a essa necessidade. Contudo, a demanda da indústria será ainda maior, e a cidade precisará, cada vez mais, de profissionais qualificados, independentemente de serem daqui ou não. Culturalmente, é interessante que o profissional seja do município, até para criar mais vínculo com a empresa e não gerar turnover. Esse é um problema que enfrentamos bastante aqui”, atesta o professor.

Pós-graduação é diferencial competitivo no mercado farmacêutico, principalmente na indústria

O professor reforça que ter uma pós-graduação no currículo é condição sine qua non para o farmacêutico, seja em qual área opte seguir, mas na indústria ganha ainda mais importância. Uma especialização desponta como um diferencial competitivo, algo que torna o farmacêutico mais atrativo para as empresas em um processo de contratação.

“É óbvio que durante o processo de entrevista, o recrutador certamente analisará essa questão e pontuará melhor quem tem pós. Eu mesmo tenho falado muito com as pessoas aqui, indicando a necessidade de se fazer uma pós-graduação no segmento industrial, mesmo para aqueles que dizem que não irão atuar na área, eu reforço que faça um curso voltado para indústria. Esse conhecimento, essa bagagem e, principalmente, esse certificado, uma hora ou outra, valerá como filtro. É um dos filtros que as indústrias utilizam na seleção de vários profissionais”, afirma Figueiredo.

A indústria farmacêutica oferece uma qualidade de trabalho vislumbrada por muitos, especialmente por ser um ambiente que necessita de muita qualidade para que se obtenha qualidade naquilo que é produzido. Por isso, a maioria das empresas investe para que o colaborador tenha condições de excelência, seja em infraestrutura, seja em benefícios.

Vários segmentos são atrativos na indústria farmacêutica. Figueiredo destaca o Desenvolvimento Analítico e Controle de Qualidade; Assuntos Regulatórios; e Registro de Marcas e Patentes.

“Assuntos Regulatórios é como um nivelamento, todo profissional tem que saber. Penso que esse nicho é muito atrativo e muitas vezes o farmacêutico não conhece a legislação para produção de medicamentos no país. Não é algo de simplesmente pegar, ler e entender. Você precisa do amparo de profissionais, que já tem know how e que possam ajudar a interpretar essa legislação, de modo que você consiga aplicá-la na indústria e que a operação tenha a melhor performance e os melhores resultados”, explica.

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