O país pode estar assistindo o nascimento das primeiras indústrias farmacêuticas multinacionais de capital 100% brasileiro. São várias as empresas que tem direcionado seus esforços e estratégias de negócios para a internacionalização de seus produtos e serviços no setor de fármacos e medicamentos. Neste primeiro momento, a América Latina é o alvo das empresas do setor, porém a Europa, África e Ásia também estão na agenda de internacionalização destas empresas.
Assim como a Eurofarma já havia feito em 2010, neste ano a indústria Farmacêutica Cristália adquiriu um Laboratório argentino, já o Grupo Hypermarcas está apostanto em um projeto de crescimento destinado ao mercado internacional por meio da exportação enquanto isso a EMS Phama fechou acordos de licença e distribuição na Polônia.
"Já entendemos o mercado interno, que segue as normas da Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Agora está na hora de entendermos como funciona o segmento no exterior, e assim fechar parcerias internacionais para distribuição dos produtose, no futuro, estudar até mesmo a abertura de plantas fabris fora do País", revelou Thaler do Grupo Hypermacas ao DCI – Diário do Comércio e Indústria.
O gerente de Novos Negócios da EMS, José Piccolotto, comentou ao DCI que “hoje a dificuldade para exportar é grande, sobretudo pelo alto custo a ser pago pelas informações do mercado no qual se pretenda entrar. Para isso torna-se fundamental o apoio do governo, entidades e instituições de classe.”
Algumas ações de entidades e instituições do setor, já tem somado esforços para a internacionalização das indústrias farmacêuticas do Brasil. A Apex e o ICTQ são exemplos claros de fomento a estratégia das indústrias que buscam por internacionalização.
A Apex Brasil, agência de fomento à exportação subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), acertou uma parceria com a Associação Brasileira da Indústria Farmacoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) que irá dar suporte e promover a internacionalização das marcas nacionais junto a um conjunto de países.
Já o ICTQ, um instituto de pós graduação exclusivo do setor farmacêutico, passou por um profundo processo de internacionalização neste ano. Além de internacionalizar todos os seus cursos com professores da América do Norte, América Latina e Europa, a instituição lançou ainda uma especialização totalmente em inglês com o quadro de docentes 100% estrageiros – o Pharmacist’s Strategic Specialization.
Segundo a Apex Brasil foram relacionados mercados prioritários. Em fármacos, a Rússia, Alemanha, Espanha, Argentina, Colômbia e México estão dentre os países prioritários; os dois últimos se juntam a Arábia Saudita, África do Sul, Angola e Venezuela para produtos farmacêuticos. Em todos serão trabalhadas questões com o aumento da visibilidade do marco regulatório brasileiro, bem como trazer o conhecimento sobre como funcionam estes mercados aos fabricantes nacionais.
Segundo assessoria de impressa do ICTQ, o objetivo da internacionalização do conhecimento técnico científico na indústria farmacêutica junto aos profissionais que se especializam lá, é promover a troca de conhecimentos regulatórios e tecnológicos dentre mercados internacionais além de preparar o profissionais brasileiros para uma atuação global.