A metrologia abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a incerteza, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia.
O resultado de uma medição séria deve exprimir o nível da confiança que é depositado pelo experimentador. Como é impossível obter uma medida exata, o erro provável envolvido deve sempre ser informado. Existem diversos procedimentos e técnicas com as quais é possível determinar o nível da confiança de um resultado. Porém, bom senso e ceticismo são características adicionais indispensáveis a quem se dispõe a medir. A regra é “duvidar sempre, até que se prove o contrário”.
A qualidade de uma medição se avalia pelo nível dos erros envolvidos. Porém nem sempre se deve buscar o “melhor” resultado, com mínimos erros. Depende da finalidade à qual se destinam estes resultados. Aceitam-se erros de ± 20g em uma balança de uso culinário, porém estes erros não podem ser aceitos caso se deseje medir massa de pepitas de ouro.
Medir com mínimos erros custa caro. À medida que se desejam erros cada vez menores, os custos se elevam exponencialmente. A seleção do Sistema de Medição a empregar é, portanto, uma ação de elevada importância que deve equilibrar as necessidades técnicas com os custos envolvidos.
O processo de medição começa na escolha dos instrumentos adequado para o processo, pois precisão e exatidão são fundamentais para uma medição segura dentro das incertezas que o processo permite sem impactos significativos. Podemos observar este impacto através da calibração do instrumento. Se neste parágrafo, alguns termos não fazem parte do seu vocabulário, você esta precisando conhecer alguns termos metrológicos que são oficiais, através de um documento denominado Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais (VIM-2008).
Após a aquisição correta do instrumento para nosso processo vem a hora da calibração do mesmo, pois só assim, podemos saber a situação real do instrumento. A calibração é hoje dentro da metrologia a etapa mais importante, pois através dos seus resultados é que poderemos validar o seu uso ou não. Para que a calibração seja reconhecida e aceita, precisamos garantia a rastreabilidade das medições através do (SI) sistema Internacional de Unidades e evidenciando a rastreabilidade através do uso de laboratórios acreditados e aceitos pelo acordo de reconhecimento mútuo do Inmetro com outras nações, tornando o certificado de calibração com validade internacional. Muitas vezes procuramos realizar a calibração internamente visando rapidez e reduz de custos, porém isto pode ter sérias conseqüências, pois normalmente os laboratórios de ensaios sabem utilizar o instrumento, mas não conhecem os princípios básicos do instrumento para poder realizar uma calibração segura. Lembre-se que foi criada uma norma especifica para garantir a competência destes laboratórios que é a NBR ISO/IEC 17025:2005 que um trabalho de consultoria leva em média seis meses para sua implantação, demonstrando a seriedade e trabalho que são necessários para fazer parte dos laboratórios acreditados pela CGCRE/Inmetro (Brasil).
Não basta calibrar respeitando todas as recomendações citadas, pois mesmo assim o instrumento pode estar impróprio para o uso no laboratório. Lembre-se calibração não é sinônimo de ajuste ou instrumento bom e sim um ato de comparação entre um instrumento de referência e o instrumento em calibração. É muito comum hoje se comprar um instrumento em um fabricante e enviá-lo para outra empresa para calibrá-lo e após a calibração descobrir que o instrumento não atende a especificação de fabricação / necessidade interna (ex: vidrarias de laboratório).
Por este motivo é que precisamos avaliar os certificados recebidos quanto as questões referente ao conteúdo mínimo necessário e resultados. Para isto, o laboratório deve definir critérios para aceitação dos instrumentos para seu uso. Durante a aula é importante que o aluno traga certificados de calibração reais para a avaliação, para avaliarmos seu conteúdo.
Os laboratórios de ensaios analíticos possuem alguns pontos conflitantes no quesito metrológico, como erros comuns no uso de alguns instrumentos, calibração interna não segura, cálculos errados, influencias ambientais não contempladas, entre outras não conformidades. Para isto, abordaremos em sala de aula as complexidades do uso de alguns instrumentos como de balança, vidraria, medidor de pH, manômetro e termômetros.