Todos nós estamos envolvidos, de diferentes maneiras, em alguma forma de mudança, tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional.A indústria farmacêutica não foge a esta regra, já que os profissionais que nela atuam estão constantemente envolvidos em processos de melhoria, desenvolvimento e lançamento de novos produtos, aumentos de capacidade produtiva e em reestruturações e adequações dos mais variados tipos, seja por necessidades internas, por demandas de mercado, ou ainda por requisitos regulatórios.
Configura-se, desta forma, um dos grandes desafios das empresas e de seus profissionais. Se por um lado, as mudanças têm sido mais freqüentes, por outro, ganham em complexidade em razão de sistemas, equipamentos, processos e tecnologias mais sofisticados e integrados. Também contribui para esta complexidade o aumento das restrições quanto a recursos e tempo para a realização dessas mudanças, que acaba por pressionar ainda mais, tanto a empresa como um todo, como a seus profissionais de forma mais específica.
O fato é que, do ponto-de-vista das pessoas envolvidas nessas mudanças, em especial daquelas responsáveis por administrá-las, novas responsabilidades, tarefas extra-função e participações em equipes ou grupos de trabalho multi-departamentais e multi-disciplinares passaram a fazer parte de suas rotinas, mesmo que não formalizadas em suas descrições de cargos, ou mesmo nas metas estabelecidas para fins das avaliações de desempenho.
Habilidades comportamentais como a de relacionamento, trabalho em equipe, iniciativa, liderança e flexibilidade para mudança são algumas das que tem se mostrado fundamentais nessas circunstâncias. Mas seriam estas características pessoais suficientes para que as mudanças ocorram satisfatoriamente, tanto para as empresas, quanto para os próprios profissionais encarregados pelas mudanças?
Embora muitas empresas ainda não achem relevante essa questão e ainda sofram com intensas resistências às mudanças e com sérios problemas para implementá-las, por outro lado, há também muitas organizações já preocupadas com a eficiência no gerenciamento destas situações e já investem na preparação de seu pessoal para conduzi-las com sucesso, reduzindo a ocorrência de atrasos no cronograma, de estouros em orçamentos e de retrabalho.
Nesse contexto, tem destaque o emprego cada vez mais intenso de processos e técnicas de gerenciamento de projetos. A definição adequada do escopo do trabalho que deverá ser realizado, do cronograma das atividades e do orçamento são algumas das peças centrais do processo de gerenciamento das mudanças na forma de projetos. As empresas estão usando de competências de gerenciamento de projetos para obter maior poder de competição com base no aumento da velocidade na realização das mudanças e no lançamento de novos produtos e maior produtividade no uso dos recursos. Ao mesmo tempo, as pessoas encarregadas pelo gerenciamento dos projetos estão usando os resultados positivos de seu trabalho para a ampliação da lista de realizações profissionais, as quais são muito valorizadas pelas empresas, tanto nos processos de avaliação de desempenho, quanto em processos de seleção.
Quando estamos envolvidos no atingimento de metas relacionadas a atividades fora da rotina de trabalho ou das atribuições dos cargos, e que podem ser realizadas por meio da estruturação de um projeto, a adoção de um conjunto de práticas de gerenciamento específicas, com freqüência produz resultados de destaque e que merecem atenção. Conhecer e empregar as técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos é uma escolha dos profissionais responsáveis pelos resultados que estão sendo buscados. Diz-se que melhores escolhas ou decisões normalmente levam a melhores resultados. Se essa assertiva também é verdadeira para os projetos na indústria farmacêutica, realizar com sucesso um processo de mudança ou de novo produto é então uma questão que depende das escolhas que são feitas, em particular, em relação às competências que serão desenvolvidas e usadas por seus profissionais.