Dependência de importações na indústria farmacêutica é questão de segurança nacional

Dependência de importações na indústria farmacêutica é questão de segurança nacional

A pandemia despertou um alerta na indústria farmacêutica nacional e mundial: a dependência de matéria-prima estrangeira para produção de medicamentos. O fato é que com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil, por exemplo, depende, fundamentalmente, de insumos que são importados, principalmente, da China e da Índia. Ao todo, quase 90% de todos os medicamentos acabados e princípios ativos de genéricos são trazidos desses países.

Esse cenário tem sido, amplamente, discutido, inclusive, no âmbito político. Logo no início da pandemia, a União resolveu zerar a alíquota de importação de produtos, alegando que há muita fragilidade da indústria farmacêutica brasileira, em relação aos insumos.

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Para o fundador do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Marcus Vinícius de Andrade, a pandemia será um divisor de águas nesse aspecto: “É fato que a nossa geração está vivendo, ou melhor, sobrevivendo, a um capítulo da história da humanidade, que será um marco de antes e depois na saúde pública e em diversos outros aspectos comportamentais e sociais. A vergonhosa dependência, principalmente, da China e da Índia, não é um problema exclusivo do sistema de saúde brasileiro. No mundo pós-Covid será imperativo aos Governos de cada país repensar seus sistemas”.

Segurança nacional

Já para o diretor do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), os medicamentos devem ser considerados uma questão de segurança nacional.

"Se houver o prolongamento de uma crise como a atual pandemia, a saúde pública pode ser diretamente comprometida. China e Índia podem, sim, ter dificuldades na produção e exportação de medicamentos de uso contínuo, o que nos afetaria diretamente. A falta deles pode matar tanto quanto uma pandemia viral. Nenhum país domina todo o processo, mas não faz sentido ficar importando drogas desenvolvidas cem anos atrás, como a tão falada cloroquina, por exemplo", disse ele, em matéria publicada na coluna Viva Bem do UOL.

As razões

No entanto, uma vez que essa dependência se tornou um problema grave em meio à pandemia, quais os fatores que impulsionam a importação de insumos em vez de nacionalizar a produção de matéria-prima por parte da indústria nacional? Para o médico, Drauzio Varella, a questão está relacionada ao fato de que os países asiáticos fabricam uma infinidade desses produtos por preços baixos.

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“Para fazer os medicamentos, as empresas preferem comprar os insumos da China e da Índia, sai mais barato trazer de lá do que fabricar aqui. A mesma coisa com equipamentos de proteção individual (EPI). Uma máscara sai por 80 centavos a unidade. Para quê vamos produzir isso aqui? Vai sair mais caro. A mesma coisa com os respiradores. Compra da China, muito mais fácil”, ironizou o oncologista, durante live do ICTQ. “Vai comprar respirador agora lá. No ano passado um respirador comprado pelo Sírio-Libanês custava US$ 10 mil. Hoje não se acha por menos de US$ 40 mil ou R$ 50 mil”, completou. 

Contudo, se por um lado as empresas preferem importar esses produtos, no âmbito da saúde pública a compra de materiais no exterior tem tido um alto custo. Dados do Ministério da Saúde (MS) mostram que os valores utilizados para compra desses produtos em outros países gira em torno dos R$ 15 bilhões por ano. Inclusive, o Sistema Público de Saúde (SUS) é responsável por aproximadamente 30% dos gastos com medicamentos em território nacional.

Nesse aspecto, não seria incorreto afirmar que parte desse investimento poderia estar sendo realizado na indústria brasileira, uma vez que a produção de insumos se tornasse uma prioridade no setor, gerando, inclusive, mais empregos e renda.

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