A rede de farmácias Panvel faz parte do Grupo Dimed, que compõe, ainda, a distribuidora de medicamentos Dimed e o laboratório Lifar. Com 46 anos no mercado varejista, e com 419 filiais e mais de mil farmacêuticos atuando nas unidades presentes nos três Estados da Região Sul e em São Paulo, a Panvel projeta para este ano inaugurar 40 farmácias em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Nos últimos oito anos, desde que a gaúcha Panvel desembarcou no Paraná, Curitiba se tornou o segundo maior mercado da rede de farmácias, atrás apenas de Porto Alegre. Com posição já consolidada na capital paranaense, a empresa deu início a um segundo ciclo de expansão naquele Estado em 2019, especialmente no interior.
O grupo já inaugurou, em janeiro deste ano, a primeira unidade no interior, Umuarama e prevê a abertura de mais 14 farmácias no Rio Grande do Sul, onde a Panvel ainda não está presente, como, Toledo, Campo Mourão, Pato Branco, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu. A expansão da rede gaúcha rumo ao interior do Paraná começou há três anos, em 2015, com a abertura das primeiras unidades em Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cianorte e Cascavel.
O foco nas cidades do interior do Estado não exclui novas unidades em Curitiba e Região Metropolitana. Atualmente, a Panvel tem 43 lojas na capital, mas o número deve subir — Curitiba, Londrina e Maringá também vão ganhar novas unidades da Panvel em 2019, segundo a empresa. Em Curitiba, a expectativa é consolidar o crescimento das vendas digitais.
Com 65 farmácias da rede, o Paraná é o segundo Estado mais importante para a Panvel, com participação de 25% no faturamento total e potencial para chegar a 35% nos próximos cinco anos.
Como a Panvel é vista no mercado
A companhia aparece nos principais rankings de melhores empresas para se trabalhar. No mais renomado deles, o Great Place to Work (GPTW), a Panvel foi lembrada nos dois últimos anos consecutivos, 2017 e 2018.
A rede aparece também no ranking de consulta da Infojobs sobre a classificação das melhores empresas para trabalhar no Brasil. No site é possível consultar 2.247 avaliações sobre a rede. É importante dizer que esse ranking é atualizado mensalmente. Então, vale consulta-lo com frequência para ver o que mudou na opinião dos profissionais que pontuam as opiniões sobre o grupo.
Na plataforma Infojobs, a pontuação média da Panvel é de 4.4, de um total de 5 pontos, sobre Oportunidade de Promoção a empresa é avaliada com 3.9 pontos, Conciliação com a Vida Familiar, 3.8; Ambiente de Trabalho, 4.2; e Benefícios, 3.8. Cerca de 93% dos profissionais dizem que indicariam a Panvel para um amigo, e 88% aprovam a diretoria. Essas pontuações são baseadas nas 2.247 avaliações realizadas por profissionais que já atuaram na companhia.
A Infojobs criou um comparativo de salarial médio, de acordo com as remunerações informadas no portal. Na lista do varejo farmacêutico lideram o ranking a Walmart Brasil (R$ 4.369/mês), Raia Drogasil (R$ 4.332/mês), seguidas de Drogaria Onofre (R$ 4.173/mês), e Grupo Dimed/Panvel mostrou salário médio de R$ 3.632/mês. É importante destacar que essas informações foram fornecidas ao portal Infojobs pelos próprios profissionais que atuam nas empresas e são atualizadas mensalmente.
Segundo o site de oportunidades profissionais, Love Mondays, a satisfação geral dos funcionários com a companhia é de 3.1, de um total de 5 pontos, com base em 115 avaliações. Essa pontuação considera a média de pontos obtidos em Remuneração e Benefícios (2.8), Oportunidade de Carreira (3.2), Cultura da Empresa (3.3) e Qualidade de Vida (2.5).
A plataforma Love Mondays informa ainda que a média salarial do farmacêutico fica em torno de R$ 3.231/mês, com base nos 55 salários postados. Entre os profissionais que já trabalharam ou trabalham na empresa, 60% a recomendariam a um amigo.
No portal Indeed, outro classificado online de empregos, os profissionais também podem avaliar as empresas. A pontuação média da Panvel é 4.1, com base em 316 avalições. A categoria Equilíbrio entre trabalho/vida pessoal recebeu 3.8 pontos; Salário/Benefícios, 3.6; Estabilidade/Promoção, 3.5; Gerência, 3.7; e cultura da empresa, 4.0. Entre os funcionários, 93% aprovam o desempenho do CEO. É válido dizer que a aprovação do CEO é baseada em 182 avaliações.
O salário mensal médio da empresa Grupo Dimed/Panvel varia de aproximadamente R$ 900/mês para o cargo de Oficial de Manutenção até R$ 3.055/mês para o cargo de Farmacêutico. A Informação de salário é baseada em 330 dados coletados diretamente de funcionários, usuários e anúncios de vagas no Indeed (antigos ou atuais) nos últimos 36 meses.
Ponto de vista de quem trabalha e já trabalhou na rede
Os sites de classificados de empregos on-line são termômetros para medir a real situação e posição das empresas. Afinal de contas, ninguém melhor do que os próprios funcionários para dizer o que realmente vivenciam dentro das companhias onde atuam. A favor da Panvel os colaboradores dizem que possuem convênio odontológico, plano de saúde Unimed, vale alimentação, horários flexíveis e possibilidade de crescimento profissional dentro do grupo. Pesam contra a companhia a falta de benefícios melhores, escalas, horários ruins, salário baixo, comunicação e reconhecimento pela dedicação e emprenho profissional.
Para a farmacêutica B.F.B., de 33 anos, que mora em Porto Alegre (RS) e trabalha em uma unidade da cidade, a empresa oferece recursos para o profissional crescer, mas comete erros que vão se acumulando e se tornam experiências desagradáveis para os funcionários. “A Panvel oferece poucos benefícios aos funcionários (um cartão para descontos na loja e um vale alimentação com um valor inferior a R$150 reais no mês), eles não se preocupam com o bem-estar físico e emocional dos colaboradores, e todo o processo de integração parece um grande merchandising para fazer o funcionário ser o mais fiel aos clientes”.
A funcionária destaca como ponto positivo a questão da flexibilidade com os horários, a parceria dos gerentes para orientar e conduzir os funcionários e o pagamento em dia. Mas pesam, segundo ela, contra a Panvel, a falta de outros benefícios e a limitação em investimentos para crescimento profissional dentro do grupo.
O farmacêutico D.A.S., 43 anos, de Curitiba (PR), trabalhou na companhia durante cinco anos, ele prefere não se identificar, mas diz que o pagamento do mês e o adiantamento quinzenal são sempre realizados em dia, às vezes até antes do combinado. No ponto de vista dele, o que pesa em desfavor da Panvel são as cobranças indevidas, favorecimento de superiores, ‘puxa-saquismo’ constante, salários baixos, escalas e horários ruins e vale alimentação inferior a R$ 150 reais, com desconto na folha de pagamento. “Era muito exaustivo trabalhar domingo, feriado e, às vezes, sem folga. Tínhamos que nos sacrificar para não comprometer a equipe. Os gerentes eram péssimos administradores e totalmente despreparados. Coordenadores de área que jogam pra debaixo do tapete tudo o que acontece de errado. Enfim, no Sul pode ser que seja melhor, mas no Paraná é uma vergonha”.
D.A.S ressalta que é necessário a diretoria olhar e se preocupar com os funcionários. “Eles precisam ser mais duros com os gestores, no sentido de saber o que realmente acontece em cada filial. É preciso pagar melhores salários e oferecer benefícios. É importante reconhecer quem, de fato, merece ser recompensado pelo trabalho duro”.
O farmacêutico, H.F.P., 46 anos, que atuou por quatro anos em uma unidade da Panvel, em Florianópolis (SC), destaca os pontos positivos da companhia, como pagamento do salário em dia, pagamento de insalubridade, o ambiente de trabalho bom, os produtos da marca própria de ótima qualidade e a empresa se preocupa muito com seu cliente final. Porém, segundo ele, pesam contra a Panvel o reconhecimento individual dos funcionários que se dedicam para crescer. “Existe, sim, a possibilidade de crescimento na empresa, porém é muito difícil, funcionário tem que passar por inúmeras situações e nunca é bom o suficiente. Fora isso, o auxílio alimentação é baixo demais (R$ 145 -20% descontado na folha de pagamento)”.
A farmacêutica C.F.O., 28 anos, que prefere não se identificar, trabalhou em uma unidade da Panvel em Porto Alegre (RS) por dois anos e nove meses. Segundo ela, pagamento de salário em dia é obrigação de qualquer empresa, mesmo porque o funcionário, principalmente o farmacêutico, não possui a escolha de trabalhar 20 dias e folgar nos outros. Ela conta que, dependendo da loja/filial/gerente os horários são flexíveis e a empresa oferece a possibilidade de crescimento. Mas pesam contra a Panvel, principalmente o valor do vale alimentação, que segundo ela, é uma vergonha. “Eu desconheço um ser humano que gaste apenas R$ 150 com comida por mês. E os benefícios, de maneira geral não valem a pena, o plano de saúde é descontado um percentual na folha de pagamento e não existem muitas opções de médicos”.
Na opinião da farmacêutica C.F.O., a Panvel precisa valorizar os funcionários. com outros benefícios, prêmios, confraternizações, brindes de final de ano. “Não entendo como uma empresa tão grande não é capaz de dar uma cesta de Natal para os funcionários”, conclui.
Ponto de vista da Panvel
O analista de treinamento do Grupo Dimed, Rafael Krieger da Costa, conta que a companhia tem como propósito proporcionar saúde e bem-estar às pessoas. Segundo ele, as decisões estratégicas e ações operacionais são inspiradas nesta premissa. “Paralelo a isso, a empresa possui seis valores básicos: ser ético, trabalhar em equipe, desenvolver pessoas, ter agilidade, atender com excelência e comprometer-se com o resultado. Nosso modelo de negócio é forjado a partir destes pontos, que traduzem o DNA da companhia”.
Segundo o analista do grupo, a empresa investe em qualificação profissional e dá diversas oportunidades de crescimento. “Utilizamos diversas estratégias instrucionais para levar conteúdo relevante e de forma efetiva aos nossos profissionais. São ações presenciais, cursos em EaD, vivências práticas e tutoria, para qualificar o atendimento ao cliente e dar oportunidade de crescimento profissional”.
Costa ressalta que o farmacêutico que atua na Panvel responde tecnicamente pela farmácia de acordo com as atribuições legais. “Temos uma área responsável por dar suporte nas questões regulatórias, porque cumprir a legislação não é apenas obrigação, mas consequência do nosso valor: ser ético. Zelamos muito por isso, pois também é uma questão de respeito ao consumidor e ao profissional. Por isso, os nossos farmacêuticos devem zelar pelo cumprimento da legislação e normas sanitárias vigentes, orientar os clientes e contribuir com o desenvolvimento e treinamento da equipe”.
Os farmacêuticos da Panvel têm a opção de seguir a carreira de gestão ou a carreira técnica, ligada à prática da farmácia clínica dentro do Panvel Clinic – serviço de atenção farmacêutica da rede. “Um dos pontos mais importantes é gostar de pessoas. Varejo é essencialmente feito de pessoas – equipe, clientes, fornecedores e outros stakeholders. Outro aspecto importante é ter uma inquietação que não o permita se acomodar, mas o leve a estudar sempre, atualizar-se e buscar melhores formas de fazer seu trabalho”, explica Costa.
O analista informa que a companhia possui uma política salarial compatível com o mercado e sempre busca desenvolver uma estratégia de remuneração que gere atratividade para a empresa. “Nós temos uma trilha de carreira que oferece muitas possibilidades. A trilha, diferente de um ‘trilho’, permite explorar novas possibilidades, novos caminhos. Hoje, temos farmacêuticos que estão em diferentes setores da empresa (RH, administrativo, marketing, TI) e que vieram do varejo, com isso as remunerações podem variar. Isso depende muito da capacitação e da dedicação do próprio profissional. Nós, enquanto empresa, estamos aqui justamente para valorizar e contribuir com o crescimento profissional dos nossos colaboradores em todos os aspectos”, conclui.
Higiene e beleza, o setor queridinho da Panvel
Uma das fortalezas que fez com que a Panvel crescesse no estado de origem, foi à aderência dos consumidores a estratégia de higiene e beleza da rede, com destaque para o mix de 650 itens da marca própria da rede. “Somos a empresa que tem a maior participação em vendas do setor de higiene e beleza, com 35% no nosso faturamento vindo dessa área, sendo 20% só da marca própria”. Na concorrência, a fatia de H&B gira em torno de 27%”, comenta Costa.
A Panvel é hoje a quinta maior rede do País, com 430 unidades nos quatro Estados onde atua: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e, mais recentemente São Paulo, onde tem cinco farmácias. A entrada em território paulista, aliás, tem sido mais cautelosa e segue a estratégia de apostar nas classes mais altas e investir pesado na operação digital, para entrega na casa dos clientes.
A empresa fechou 2018 com um crescimento de 9,7% e deseja chegar a 11% em 2019, quando a companhia planeja investir R$ 50 milhões na expansão física e digital. Ao todo, estão previstas 40 novas unidades, 15 delas no Paraná.
Para manter o crescimento previsto, contudo, a empresa precisou diversificar sua estratégia, diz Costa. Antes, o setor de farmácias vinha crescendo em torno de 15%, impulsionado principalmente pelo processo inflacionário, com o aumento do preço dos produtos e com o consumidor adquirindo produtos mais caros.
“O recuo da inflação acabou com esse movimento e a crise fez o consumidor buscar produtos mais baratos. Para a gente crescer mais, precisa colocar mais clientes para dentro da loja porque o tíquete médio diminuiu”, diz.
Uma das apostas da Panvel é o aumento das vendas digitais, com o “compre no site e retire na loja” e outras modalidades de compras que começam pelo aplicativo ou pelo e-commerce. Atualmente, essa categoria representa 10% do faturamento total e cresce a taxas de 30% ao ano, puxando o crescimento da rede. “O nosso e-commerce está com um crescimento na ordem de 25%. Neste ano, pretendemos avançar mais 25%”, confidencia Costa. A Panvel planeja customizar as ofertas de acordo com o perfil de cada consumidor e expandir os serviços farmacêuticos, que no momento são oferecidos em 72 filiais, para outras unidades. “Utilizamos critérios como espaço físico, volume de vendas, faturamento e localização para selecionar quais serão as lojas a disponibilizarem os serviços”, explica.
As 419 unidades da rede fazem parte da nossa estratégia de e-commerce e omnichanel. A companhia vê uma tendência muito grande de crescimento dessa complementariedade da parte física com a online. “Não é um trabalho fácil de fazer, principalmente a integração de estoques entre as farmácias, mas esse é o futuro do setor”, ressalta ele.
Para sustentar a expansão das unidades físicas e, principalmente, a estratégia omnichanel da rede, a Panvel escolheu São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para instalar um novo Centro de Distribuição (CD), que entrará em operação em 2020 para atender Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Os outros dois CDs já operam em Eldorado do Sul e Passo Fundo, garantindo assim o atendimento de mais de sete mil clientes na região Sul.
Serviço com tecnologia
A Panvel passou a disponibilizar para seus clientes um novo serviço para triagem de seis parâmetros de saúde pela ponta dos dedos e que requer pouco mais de um minuto para sua realização. A tecnologia permite a aferição de frequência cardíaca, oximetria de pulso, pressão arterial, hemoglobina, hematócrito e contagem de células vermelhas.
O dispositivo VSM, da empresa israelense Cnoga Medical, é portátil e não invasivo. Funciona por meio de sensores de leds e câmara fotográfica, que captam imagens do interior do dedo. Usando uma combinação de algoritmos, transforma cor em números e mostra os resultados em uma tela de medição.
Segundo a gerente farmacêutica da Panvel, Aline Fernandes, a rede é a primeira do Brasil a dispor dessa tecnologia. “Realizamos um treinamento com nossa equipe de farmacêuticos para a aplicação do teste, que é indolor e não exige retirada de sangue”, afirma. Nessa primeira fase, o VSM está disponível em duas filiais da Panvel Clinic em São Paulo, cinco em Porto Alegre, duas em Curitiba e uma em Florianópolis. O custo para a realização da triagem, que contempla os seis parâmetros, é de R$ 27,90.