A história da farmácia no Brasil passa inevitavelmente por Ouro Preto, em Minas Gerais. O fortalecimento da atividade farmacêutica no país teve início em 1808, com a chegada da família real portuguesa, que impulsionou a estruturação do ensino e da prática científica no território brasileiro.
Poucos anos depois, em 1832, surgiram as primeiras faculdades de Medicina no Brasil, e junto a elas foi implantado um curso de farmácia com duração de três anos. Porém, o grande marco para a profissão viria em 1839, quando o governo provincial de Minas Gerais sancionou decreto criando a “Escola de Pharmacia” de Ouro Preto — a primeira instituição voltada exclusivamente à formação de farmacêuticos no Brasil e em toda a América Latina.
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A fundação da Escola representou uma transformação no campo científico do país: pela primeira vez, o estudo de fármacos se desvinculava do curso de Medicina, criando uma trajetória própria para a formação farmacêutica.
O primeiro endereço da instituição foi o prédio do Colégio Assunção, no Largo de Coimbra. Em 1893, a Escola passou a funcionar na rua Costa Sena, onde permaneceu até 2013. O edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938 e hoje abriga o Museu da Farmácia, preservando viva a memória do ensino e da pesquisa farmacêutica no Brasil.
Com a Proclamação da República, a Escola consolidou-se como referência nacional e, em 1969, sua fusão com a Escola de Minas originou a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atualmente, as atividades acadêmicas ocorrem majoritariamente no Campus Morro do Cruzeiro, reunindo docentes, técnicos e pesquisadores dedicados ao avanço científico e à formação profissional.
Além de seu papel acadêmico, a instituição mantém forte atuação social, destacando-se pela produção científica e pelos projetos de extensão. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, manteve atividades essenciais, reafirmando seu compromisso histórico com a saúde pública.
A trajetória institucional também se conecta à organização da categoria farmacêutica no Brasil. Em 1916, a criação da Associação Brasileira de Farmacêuticos, sede no Rio de Janeiro, fortaleceu o movimento em defesa da profissão e deu origem ao atual Conselho Federal de Farmácia, marco regulatório da atividade no país.
Mais de 180 anos após sua fundação, a primeira Escola de Farmácia do Brasil segue como símbolo de pioneirismo, ciência e compromisso com a saúde, formando gerações e escrevendo capítulos fundamentais da história da educação e da farmácia no Brasil.
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