A professora do ICTQ - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Juliana Ezequiel, também já foi aluna da Instituição. Ela trilhou um caminho que começou nas farmácias de manipulação e drogarias até se consolidar como referência na estética farmacêutica. Com experiência acadêmica e empreendedora, ela compartilha, nesta entrevista, os principais aprendizados de sua trajetória, os desafios enfrentados e as perspectivas para os farmacêuticos que desejam atuar nesse segmento em expansão.
ICTQ - Como você iniciou sua carreira e quais aprendizados mais marcaram sua trajetória?
Juliana Ezequiel – Eu me especializei primeiro em farmácia magistral, na manipulação, e depois fiz pós-graduação em gestão de pesquisa e desenvolvimento, já com o objetivo de atuar na indústria. Mas, como não consegui uma oportunidade viável nessa área, iniciei minha carreira em farmácia, atuei também em consultoria, mas praticamente toda a minha experiência inicial foi em drogarias, antes de migrar para a estética.
ICTQ - O que motivou sua transição da drogaria para a estética farmacêutica? Houve um momento decisivo nessa escolha?
Juliana Ezequiel – Minha transição da drogaria para a estética aconteceu pela necessidade de reconhecimento e autonomia. Eu queria organizar meus horários, ser mais bem remunerada e exercer a profissão de forma mais plena. Na farmácia, a carga horária era exaustiva, a valorização era pequena e, muitas vezes, não conseguíamos atender ao paciente como gostaríamos. Como eu já tinha conhecimento em desenvolvimento de fórmulas cosméticas, fitoterápicos e dermocosméticos, vi na estética a chance de unir tudo isso em um trabalho mais personalizado e integrativo. Comecei de forma híbrida: mantinha meio período como gerente em uma farmácia de bairro e, no restante do dia, atendia em estética. Só depois de um ano e meio a dois anos consegui segurança para atuar exclusivamente na área estética.
ICTQ - Você fez pós-graduação no ICTQ e atualmente é professora da instituição. Como é para você estar dos dois lados dessa jornada, primeiro como aluna e agora como docente?
Juliana Ezequiel – Fiz pós-graduação em gestão de pesquisa e desenvolvimento no ICTQ, em 2012, e esse foi o motivo da minha mudança para São Paulo. Estar hoje como docente de uma instituição que foi tão decisiva para mim há 13 anos é muito gratificante. É uma sensação de que tudo valeu a pena e de reconhecimento do meu trabalho. Além de transmitir a parte técnica, busco também mostrar a evolução profissional. Receber esse convite do ICTQ e o carinho dos alunos é, para mim, um divisor de águas na carreira.
ICTQ - Quais foram os maiores desafios quando você começou a atuar na estética?
Juliana Ezequiel – Era um mercado muito novo e com poucos exemplos de farmacêuticos bem-sucedidos. Havia preconceito da classe médica e até dos próprios pacientes, que não entendiam a atuação do farmacêutico na estética. Eu mesma tinha dúvidas se conseguiria construir uma carreira estável nessa área. Outro desafio foi a insegurança em investir em algo tão incerto. Mas aos poucos percebi que poderia transformar meu conhecimento em diferencial e fui conquistando espaço, mesmo com barreiras como as restrições impostas pelo Conselho de Medicina.
ICTQ - A área estética tem crescido muito nos últimos anos. Como você enxerga o papel do farmacêutico nesse segmento?
Juliana Ezequiel – A estética cresceu muito e hoje temos vários exemplos de farmacêuticos de destaque. Nosso papel é fundamental, principalmente pelo conhecimento em desenvolvimento de fórmulas, fitoterapia e cosmetologia. Isso enriquece o atendimento, porque uma boa estética olha não só para o externo, mas também para o interno. Além disso, nossa formação em farmacologia ajuda na escolha dos tratamentos e combinações de ativos, o que gera melhores resultados para os pacientes.
ICTQ – Além de professora, você tem sua própria marca. Como surgiu essa ideia e o que significa para você empreender nesse mercado?
Juliana Ezequiel – Esse sonho nasceu ainda na faculdade, sempre me imaginei com uma linha própria de cosméticos. A marca se concretizou em 2022, ainda em fase inicial, mas crescendo junto com a clínica. Eu pude realizar esse sonho porque já tinha conhecimento adquirido na pós-graduação em Gestão de Pesquisa e Desenvolvimento do ICTQ. Assim, quando abri meu segundo consultório, precisei decidir entre investir na clínica ou na marca, e escolhi a clínica primeiro, porque a considero a base de todo o meu trabalho. A marca é uma extensão dela: reforça que a estética precisa ser contínua, acessível e integrativa. Empreender, para mim, é transformar conhecimento em soluções reais, tanto nos protocolos de atendimento quanto nos produtos.
ICTQ - Quais competências e habilidades você considera essenciais para o farmacêutico que deseja ingressar ou se destacar na estética?
Juliana Ezequiel – O essencial é ter base sólida em anatomia, farmacologia e prática segura das técnicas. Empatia e escuta são fundamentais para um atendimento humanizado. É preciso gostar de estudar, porque a estética evolui rápido, e ter visão empreendedora, entendendo que o início exige investimento de tempo, dinheiro e dedicação. É um mercado que pode trazer excelentes resultados, mas só para quem tem constância e comprometimento.
ICTQ - Como é a sua relação com os alunos do ICTQ e o que você busca transmitir a eles durante as aulas?
Juliana Ezequiel – Minha relação com os alunos vai além da técnica. Quero que eles saiam confiantes, com visão de mercado, postura empreendedora e consciência da individualidade de cada paciente. A sala de aula é um espaço de troca, onde aprendo tanto quanto ensino. Minha primeira experiência presencial foi muito especial, uma vivência de crescimento conjunto.
ICTQ - O que mais te orgulha em sua trajetória até aqui, tanto no âmbito acadêmico quanto no profissional?
Juliana Ezequiel – Em muitos momentos pensei em desistir, porque não me sentia encaixada no mercado. Mas escolhi criar meu próprio caminho, mesmo com medo. Hoje, ter a clínica, a marca e a docência me enchem de orgulho, porque tudo nasceu da decisão de acreditar em mim. Transformei frustrações em propósito e já posso inspirar alunos e pacientes. A estética é ciência, autoestima e longevidade, e ver meus alunos construindo trajetórias mais rápidas e menos dolorosas é um grande legado.
ICTQ - Que conselho você daria ao farmacêutico que está pensando em migrar de outras áreas, como a indústria, para a estética?
Juliana Ezequiel – Meu conselho é: não tenham medo de recomeçar. Invistam em formação séria, como a do ICTQ, busquem prática supervisionada e construam credibilidade com postura profissional. Não pulem etapas nem tenham pressa de ganhar dinheiro. Sucesso é relativo e se constrói tijolo a tijolo. Tudo que trazemos de outras áreas soma muito. A estética exige constância, cuidado e paixão pelo que se faz.
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Capacitação farmacêutica
Para quem quer atuar na área, o ICTQ oferece a Pós-Graduação Estética Avançada: Procedimentos, Consultório e Gestão, que aborda temas como: Cosmetologia Aplicada à Estética Facial e Corporal; Fototerapia Aplicada à Estética; Eletroterapia Aplicada à Estética; Tricologia Básica; Intradermoterapia Facial e Corporal; procedimentos injetáveis estéticos (Microagulhamento, Skinbooster, Carboxiterapia, Ozonioterapia, PEIM) Carboxiterapia; Harmonização Facial (Preenchimento, Toxina Botulínica, Bioestimuladores de Colágeno e Fios De Sustentação); Anatomia Facial e Corporal; Fisiopatologia das Disfunções Estéticas; Anamnese; Semiologia e Avaliação; Biossegurança, Assepsia, Esterilização e Regulamentação, entre outros
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