Alícia Krüger a farmacêutica que transforma a saúde pública com inclusão e diversidade

O Dia Internacional da Mulher é uma data fundamental para refletir sobre as conquistas femininas e os desafios ainda enfrentados pelas mulheres em todo o mundo. É um momento de reconhecimento, luta e valorização do protagonismo feminino em diversas áreas. Para celebrar essa data, entrevistamos a farmacêutica, Alícia Krüger, uma mulher que dedica sua vida à saúde pública e à inclusão, diversidade e equidade dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Sua história e trabalho são um exemplo de como a atuação feminina transforma a sociedade.

O impacto das mulheres farmacêuticas na comunidade

Para a sanitarista e epidemiologista, Alícia, que está à frente da Assessoria de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde do Ministério da Saúde (MS) e tem foco no cuidado farmacêutico com a população LGBTQIAP+, entre outras questões, as mulheres têm um papel essencial na transformação social. "Primeiro, porque somos a maioria absoluta da população. Somos praticamente 52% da população brasileira e a maioria da população mundial. Quando olhamos para o campo da saúde, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que as mulheres representam 70% da força de trabalho da saúde mundial. No Brasil, esse percentual chega a 75%, segundo a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde".

Alícia reforça que a profissão farmacêutica é predominantemente feminina e destaca que a luta das mulheres deve ser conjunta para que todas possam ocupar os espaços de poder. "Para que as mulheres cheguem de fato a esses lugares, a sociedade precisa ser cada vez menos machista, menos misógina, menos sexista, menos LGBTfóbica e, principalmente, menos racista, pois as mulheres negras muitas vezes não alcançam alguns espaços".

A trajetória de Alícia Krüger

Alícia, que é uma mulher trans, se considera fruto de uma linhagem de mulheres fortes. "Minha bisavó, Hercília, foi minha primeira professora dentro de casa. Nascida em 1912, ela se formou como professora normalista e sustentou sua família sozinha, após pedir o desquite nos anos 40 ou 50, época em que mulheres desquitadas eram fortemente discriminadas".

A história de luta continua com sua avó Neide, sua mãe Marialba, sua tia Michelli, sua irmã Fernanda e sua madrinha Deoneia. "Cresci em uma casa formada apenas por mulheres, onde fui forjada nessa força feminina".

Alícia também faz questão de reconhecer o legado de mulheres trans e travestis que vieram antes dela. "Quero homenagear Jovanna Baby, fundadora do movimento de travestis e transexuais no Brasil; Keila Simpson, a primeira doutora honoris causa travesti do país; e Xica Manicongo, a primeira travesti negra do país, ainda no período colonial".

A carreira no Ministério da Saúde

Com apenas 21 anos, Alícia iniciou sua trajetória no Ministério da Saúde, trabalhando no Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e outras ISTs. Durante seis anos, atuou com prevenção combinada para mulheres cis e trans e com a população jovem.

 

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Em 2021, retornou ao Paraná para trabalhar na Secretaria de Estado da Saúde, colaborando com a vigilância epidemiológica no Estado. Em 2023, foi convidada a voltar ao Ministério da Saúde para assumir a assessoria de inclusão, diversidade e equidade em saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiência (SBSA). "Nosso trabalho trata de pautas como mulheres, população LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, combate ao racismo e outras vulnerabilidades sociais".

Liderança feminina e desafios

Para Alícia, a liderança feminina precisa ser coletiva. "Não acredito que nada se faça sozinha. Temos um conjunto de mulheres potentes no Ministério da Saúde, como a ex-Ministra Nísia Trindade, a Secretária Ethel Maciel e muitas outras."

Ela cita ainda Noêmia Lima, advogada negra com deficiência e mestra em Direitos Humanos, e Thamires Matos, que trabalha na gestão administrativa da assessoria. " Ter uma mulher trans e travesti como eu à frente de uma assessoria também é um marco para lembrar que mulheres somos todas".

Conselho para futuras gerações de farmacêuticas

Para as mulheres que estão ingressando na área farmacêutica, Alícia incentiva a persistência, mas reforça que a responsabilidade também recai sobre a sociedade. "A farmácia é uma ciência linda e milenar, mas é preciso enfrentar o machismo e outras opressões para que as mulheres possam atuar em posições de sucesso".

No entanto, o sucesso deve vir acompanhado de um compromisso social. "Precisamos nos apoiar. O conceito de Ubuntu diz: 'eu sou porque nós somos'. Esse pensamento deve estar presente no Ministério da Saúde, no SUS e na sociedade como um todo".

A trajetória de Alícia Krüger é uma inspiração para todas as mulheres, especialmente àquelas que desejam transformar a saúde pública e lutar por uma sociedade mais justa. Sua liderança, pautada na inclusão e na solidariedade, demonstra que o futuro da saúde e da igualdade depende da força coletiva das mulheres. Neste Dia Internacional da Mulher, celebramos sua história e a de tantas outras que fazem a diferença diariamente.

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