Desde que o ICTQ realizou sua primeira pesquisa em parceria com o Datafolha, o instituto tem sido procurado por indústrias farmacêuticas nacionais para o compartilhamento das informações obtidas, como é o caso dos laboratórios Sanofi//Medley, Teuto /Pfizer, EMS, Achè, dentre outros; além de organizações como a Interfarma que congrega mais de 40 laboratórios de medicamentos.
O primeiro estudo concluído em Dezembro de 2012, intitulado “Primeiro Levantamento Nacional do Perfil dos Consumidores de Medicamentos no Brasil”, tem oferecido subsídios para os players dos laboratórios desenvolverem suas estratégias comerciais, já que desvenda qual a visão que consumidores das farmácias nacionais têm do profissional farmacêutico e dos pontos de venda onde eles atuam.
“O objetivo principal das pesquisas do ICTQ é o de contribuir com o desenvolvimento e a evolução do mercado farmacêutico no Brasil”, destaca o diretor executivo do ICTQ, Marcus Vinicius de Andrade. O primeiro trabalho neste campo revela o perfil do consumidor de medicamentos e mapeia a representação dos estabelecimentos de saúde (farmácias e drogarias) e da indústria de medicamentos.
Marcus Vinicius defende que o estudo evidencia as demandas do mercado farmacêutico e complementa: “Com essa pesquisa atingimos o desafio de atuar como promotores de mudanças no cenário nacional – quer para os profissionais que atuam na área da indústria, quer no varejo”, comenta ele.
De acordo com o diretor de Marketing do Laboratório Teuto, Ítalo Melo, esse tipo de pesquisa é fundamental porque traz inúmeras informações novas. “O mais importante é que a pesquisa vem consolidar a percepção que temos sobre vários pontos do mercado, no âmbito nacional e nas principais capitais do Brasil”, destaca ele, que complementa dizendo que a pesquisa do ICTQ ofereceu informações ricas sobre o varejo, hábitos de consumo e a percepção de valor para o consumidor. “Como a sociedade brasileira vem evoluindo, temos de estar sempre atentos a essas mudanças”, defende o executivo.
Para Melo, ao entender melhor os hábitos de consumo, pode-se atender ao mercado de maneira mais assertiva e, dessa forma, contribuir para a evolução do mercado farmacêutico. A partir desse alinhamento da demanda com a oferta, consegue-se um cenário que contribui para o crescimento do segmento.
“Por meio da pesquisa, percebemos, por exemplo, de forma geral, que a marca Teuto tem uma grande credibilidade no resultado acumulado e foi citada nas 12 capitais. Isso mostra que nossas ações estão dando resultado e esse tipo de informação nos possibilita uma melhor leitura do mercado para direcionarmos as futuras ações comerciais e de marketing”, revela o diretor do Teuto.
Visão do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Pedro Eduardo Menegasso, é fundamental conhecer a atual situação do mercado farmacêutico, tanto em relação ao comportamento e aspirações da população, como às atitudes do próprio farmacêutico. “Apenas com esses dados poderemos trabalhar em ações para que ambos sejam atendidos em suas necessidades. O CRF-SP tem utilizado os dados da pesquisa ICTQ/Datafolha para ir ao encontro do que o farmacêutico precisa para oferecer um serviço de qualidade à população brasileira”, comenta.
Ele afirma que o trabalho contribui para o crescimento do mercado na medida em que fornece subsídios para as empresas traçarem suas estratégias, baseadas no perfil do consumidor brasileiro. “O CRF-SP utilizou os dados do estudo para conscientizar o próprio farmacêutico sobre o que a população pensa dele, bem como para realizar ações que melhorem o panorama atual da assistência farmacêutica”, acrescenta o presidente.
Menegasso exemplifica dizendo que, se por um lado os dados demonstraram que a população quer o farmacêutico na farmácia e que entende que o profissional é importante para a sua saúde, por outro lado, somente 46% conseguem identificá-lo. Isso quer dizer que 54% da população não percebem o farmacêutico ao entrar na farmácia.
Para reverter essa situação, o CRF-SP está trabalhando em ações que facilitem a identificação do farmacêutico, para que ele não seja confundido com o balconista ou outros funcionários, bem como, dando ferramentas ao profissional para que ele faça a diferença em seu local de trabalho. “Temos estimulado o farmacêutico a se capacitar e se preparar para atender à demanda e às necessidades da população, tanto na esfera pública, como na privada”, afirma ele.
De acordo com presidente do CRF-SP, para uma empresa crescer e se consolidar no mercado deve contar com colaboradores muito bem capacitados. Como o farmacêutico é o profissional mais importante nesse tipo de estabelecimento, é fundamental que os empresários invistam nele, o valorizem e entendam os benefícios que terão ao oferecer aos seus clientes serviços diferenciados e atendimento personalizado. Dessa forma, o paciente buscará algo além do que apenas a escolha do estabelecimento pelo preço, o que todos já oferecem. Ele acredita que a orientação adequada e a segurança são critérios que podem fidelizar o paciente.
Outras aplicações
A pesquisa do ICTQ tomou uma proporção tamanha que, em maio deste ano, o instituto foi solicitado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão ligado ao Ministério da Justiça, a oferecer os resultados conseguidos com a pesquisa do ICTQ – Primeiro Levantamento Nacional do Perfil dos Consumidores de Medicamentos no Brasil - com a finalidade de avaliar os números para, a partir deles, deliberar acerca da fusão de uma rede de drogarias no varejo nacional, a Brazil Pharma.
Segundo Marcus Vinicius, a produção de conteúdo e as pesquisas do ICTQ analisam o mercado farmacêutico de maneira holística, sob o olhar do consumidor brasileiro e servem como subsídio para importantes tomadas de decisão em nível nacional. E estes dados e números devem ser inseridos nas salas de aulas de aula das Pós Graduações do ICTQ. “Trata-se de uma estratégia inédita e inovadora, que visa colaborar na ação estratégica de todo o mercado, que tende a se basear nessas informações para a busca por soluções, evolução e desenvolvimento”, finaliza ele.