Pesquisa nacional inédita comprova avalorização do farmacêutico entre consumidores. Para 95% dos 1.611 entrevistados em 12 capitais brasileiras, a presença desse profissional nas farmácias é importante. E 90% consideram o farmacêutico importante para a saúde do consumidor. Esses dados fazem parte do levantamento finalizado em dezembro de 2012 pelo Instituto Datafolha em conjunto com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), especializado em educação continuada, com foco no mercado farmacêutico.
A quase unanimidade da relevância atribuída ao farmacêutico é fruto de uma série de transformações positivas vividas no setor. A começar pelo consumidor, que está cada vez mais consciente de seus direitos. “Muitos estabelecimentos passaram a respeitar a lei [federal número 5.991, de 1973], que obriga a presença de um farmacêutico durante todo o período de funcionamento”, observa Marcus Vinícius Andrade, diretor do ICTQ.
Juntam-se a isso as campanhas dos conselhos federal e regionais pela valorização desse profissional, que tem ajudado a estimular a consciência da sua presença nas farmácias e drogarias. “No entanto, ainda existe certa dificuldade em identificar o atendente do farmacêutico”, afirma Andrade.
De acordo com o estudo Datafolha/ICTQ, os entrevistados de São Paulo foram os que mais reconheceram o valor dessa especialidade ao julgar a presença do farmacêutico nos estabelecimentos muito importante (87%). A maior visibilidade e respeito do profissional vêm a reboque também do crescimento de vendas apresentado no varejo farmacêutico.
Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias, entre janeiro e setembro de 2012, as 31 grandes redes do ramo movimentaram mais de R$ 18,4 bilhões, índice 17,06% superior ao mesmo período de 2011. Com isso, ampliou-se também o quadro de funcionários em 10,9%, seguido do aumento ainda maior no número de farmacêuticos, cerca de 25%, passando de 9,2 mil para 11,5 mil profissionais no último ano.
Com perspectiva de mais crescimento em 2013, o setor, porém, precisa ficar atento às necessidades dos clientes, entre as quais, a assistência do farmacêutico nos estabelecimentos. “Na contramão da valorização desse profissional, existem empresários e patrões que não reconhecem o trabalho do farmacêutico e oferecem péssimas condições de trabalho,além de baixa remuneração”, alerta Pedro Menegasso, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP).
Para fortalecer ainda mais a imagem do farmacêutico entre os consumidores, o CRF-SP aproveitou o Dia do Farmacêutico, comemorado em 20 de janeiro, para lançamento de uma campanha maciça na mídia. Para quem atente diariamente no balcão, a maior gratificação desse profissional é poder orientar de maneira correta a utilização de um medicamento.
Essa é a opinião do farmacêutico HeritonEstefanio, de 26 anos, que desde 2009 trabalha como farmacêutico responsávelem drogarias. “Durante o atendimento, quando apresentam o receituário, é muito importante saber se a pessoa está iniciando o tratamento, quais outros medicamentos utiliza para avaliar se há algum risco de potencializar ou inibir seus efeitos, descobrir se há risco de alergias, etc.”, diz o profissional.“Não queremos vender o produto, mas oferecer maior segurança ao consumidor.”
Como se sabe, medicamentos podem salvar e matar. A automedicação é a responsável pela morte de 20 mil pessoas por ano no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). A maioria dos casos está relacionada à intoxicação e às reações alérgicas. Não é à toa que 68% dos entrevistados na pesquisa Datafolha/ICTQ acreditam que a presença do farmacêutico é muito importante para a saúde.
Desafios da profissão
Considerado promissor, o profissional graduado em Farmácia encontra um mercado de trabalho em expansão. O farmacêutico não se restringe ao atendimento no balcão. O leque de atuação se estende para várias outras áreas, além do varejo.
Hoje, esse profissional pode seguir carreira na área de logística farmacêutica, na indústria de alimentos e de cosméticos, na vigilância sanitária, nas unidades de saúde pública e privada, entre outros setores.
Isso não significa, porém, que a competitividade nessa profissão não esteja acirrada. Para Andrade, do ICTQ, quem para na graduação terá mais dificuldade de conseguir posições melhores no mercado.
“O profissional sem especialização, que se contenta apenas com a formação acadêmica, será aquele que vai ganhar piso salarial e assumir postos de baixa relevância”, ressalta Andrade. “Sem aprimoramento, o farmacêutico vai perder a chance de aproveitar as oportunidades que se abrem na profissão.”
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, existem cerca de 167 mil farmacêuticos registrados no país. A cada ano, entram no mercado aproximadamente 8 mil formandos. De acordo com O CRF-SP, o curso de Farmácia está presente em mais de 400 instituições de ensino superior em todo o país. Dessas, 101 estão localizadas no estado de São Paulo.
Fonte: Assessoria de Impressa do ICTQ