Farmacêutica é a primeira mulher na presidência do laboratório da aeronáutica

Farmacêutica é a primeira mulher na presidência do laboratório da aeronáutica

O poder gentil que conduz processos e tratamentos está nas mãos da mulher farmacêutica brasileira, que é filha, mãe, esposa, profissional, estudante e professora...todas as funções acontecem numa intersecção perfeita, sob a batuta feminina, cuja força profissional comanda e acolhe!

Há muitos exemplos de inspiração e do poder feminino da farmacêutica. Um deles é personificado pela tenente coronel farmacêutica, Andreia Guerra, que acaba de assumir o cargo máximo na direção do Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica (LAQFA) (foto), aos 49 anos. Ela deverá ocupar o cargo por dois, seguindo o regimento da corporação. Depois disso, há outros desafios em sua carreira, igualmente grandiosos.

O LAQFA existe desde 1971, tendo como objetivo a fabricação de medicamentos para atender ao comando da aeronáutica e ao sistema público de saúde. Em 2019, foi inaugurado o centro de manipulação farmacêutica (CEMFAR) com o intuito de manipular medicamentos oncológicos a serem administrados nos pacientes do Hospital de Aeronáutica do Galeão (HFAG).

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“O CEMFAR está caminhando para atingir sua capacidade plena, fato que buscaremos ainda em 2020. Ainda neste ano, pretendemos concluir o projeto da Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), que terá como objetivo centralizar o recebimento de medicamentos e produtos para a saúde, adquiridos pela FAB, que serão utilizados nos hospitais da força aérea e distribuídos pelo Brasil”, comenta Andreia.

O LAQFA, assim como outros laboratórios públicos de produção de medicamentos, possui Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDP) em andamento, além de projetos de transferência de tecnologia, ambos com o objetivo de fortalecer a produção nacional de medicamentos. São projetos de longo prazo, iniciados em anos anteriores.

“Durante o período em que eu estiver na direção do LAQFA, daremos continuidade e esses projetos, pois, temos a certeza de serem importantes para o LAQFA, para a FAB, para o Ministério da Saúde e, principalmente, para o Brasil”, defende a farmacêutica.

A ten. cel. Andreia acredita que a qualificação é primordial para o sucesso da carreira, mas, acima de tudo, é preciso comprometimento, dedicação, ética, respeito, caráter e, principalmente, o amor à profissão farmacêutica. Acompanhe sua entrevista exclusiva ao Portal de Conteúdo do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico.

ICTQ – A senhora poderia contar um pouco de sua formação?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Em 1988 eu iniciei o curso de Técnico em Química, na então Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro. Fiquei encantada com a matéria de química orgânica, com as sínteses e retrossínteses e, então, busquei por cursos de graduação, em que o foco era o estudo de substâncias orgânicas aplicadas à saúde e, assim, cheguei ao curso de Farmácia. Em 1991 iniciei a graduação na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde me graduei em Farmácia Industrial, em 1996.

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ICTQ – E como a aeronáutica surgiu em sua vida?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Estava cursando o penúltimo período da faculdade quando uma amiga me falou do concurso para a aeronáutica. Ao mesmo tempo em que realizava o último período da faculdade, participei do processo seletivo para o quadro de oficiais farmacêuticos da aeronáutica. Ambos - o último período da faculdade e o processo seletivo - terminaram praticamente juntos. Um mês após colar grau na reitoria da UFF, em 2 de setembro de 1996, estava me apresentando na Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica (EPCAR), para início do curso para Oficial da Aeronáutica.

ICTQ – E como o LAQFA entrou em sua vida?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Ao concluir o curso para oficial me foi dada a possibilidade de trabalhar no Hospital Central da Aeronáutica (HCA) ou no Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica (LAQFA). Na faculdade me identifiquei com a manipulação e produção de medicamentos. Então, não tive dúvidas de que o meu lugar era no LAQFA. Apresentei-me no laboratório em 2 de dezembro de 1996. No LAQFA iniciei minha trajetória como 1° tenente, tendo ocupado os cargos de chefe da seção de controle em processo, seção de sólidos e subdivisão de produção. Como capitão, realizei os cursos de especialização em tecnologia industrial farmacêutica, na UFRJ, e o curso de especialização em Engenharia Farmacêutica.

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ICTQ – E como foi sua trajetória dentro do laboratório?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Ainda como capitão, realizei o curso de aperfeiçoamento de oficiais (CAP), quando tive a oportunidade de realizar um MBA em Gestão Pública, ministrada pela UFF. Fui indicada como instrutora para o CAP - um reconhecimento pelo bom desempenho no curso.

Em 2014, já como major, fui designada para desenvolver a atividade de instrutora na escola de aperfeiçoamento de oficiais (EAOAR), orientando a produção científica dos capitães da FAB e de nações amigas. Na EAOAR fui designada como chefe da subdivisão de execução do CAP. Permaneci na função por um ano e meio, quando, por necessidade do serviço, retornei ao LAQFA, e continuei minha trajetória. Fui, então, designada para a divisão técnica e, posteriormente, já como tenente coronel, assumi a coordenação técnica e responsabilidade técnica do laboratório.

No LAQFA, o cargo de coordenação técnica é prerrogativa do segundo farmacêutico na hierarquia. Atuei como coordenadora técnica e, então, fui designada para assumir a direção do LAQFA, em fevereiro deste ano.

ICTQ – Como a senhora vê a carreira de farmacêutica militar no Brasil?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - A carreira de farmacêutico militar é muito gratificante, pois permite uma atuação não só técnica, mas também operacional. Tive a oportunidade de participar de Hospital de Campanha, por ocasião da epidemia de Dengue, no Rio de Janeiro. Contribui, aqui do LAQFA, para fornecer medicamentos e produtos para a saúde, destinados à ajuda humanitária em calamidades nas quais a FAB atua em prol da população brasileira ou outros povos, como no terremoto no Haiti.

Em fevereiro, a FAB coordenou a Operação China, trazendo brasileiros de volta para o Brasil em decorrência da epidemia causada pelo Covid-19 (coronavirus). O LAQFA pôde contribuir com o fornecimento de repelente de insetos e protetor solar para o uso durante o período de quarentena.

ICTQ – A senhora considera a sua carreira de sucesso?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Considero que tenho uma carreira de sucesso, mas também acredito que o sucesso é alcançado pelo comprometimento, dedicação e esforço. Sempre busquei dar o meu melhor em tudo o que faço, pois acredito que boas oportunidades devem ser bem aproveitadas. Entrar em uma universidade federal e trabalhar nas forças armadas e em um laboratório farmacêutico militar foram excelentes oportunidades que tive na minha vida. Tenho de agradecer aos meus pais e meu marido, que me incentivaram em relação aos meus estudos e crescimento profissional.

ICTQ – Como é ser a primeira mulher na direção de um laboratório da aeronáutica?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Fui uma das primeiras farmacêuticas do QOFARM a ingressar na FAB, em 1990. Hoje, 29 anos depois, o LAQFA tem a primeira mulher na direção.  É um orgulho imenso ter sido indicada para dirigir esta unidade militar. Vejo como um reconhecimento pelos bons serviços prestados ao LAQFA e à Força Aérea. É um voto de confiança da diretoria de saúde da aeronáutica (Dirsa) e do comando geral de pessoal (COMGEP).

ICTQ – Quais seus principais desafios à frente do cargo?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - O LAQFA iniciou, no final de 2019, a manipulação de medicamentos oncológicos, hematológicos e reumatológicos destinados aos pacientes do Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG). Buscaremos, neste ano, alcançar 100% da necessidade do Hospital. Somos responsáveis pela aquisição e distribuição dos KIT SSS - primeiros socorros, destinados aos pilotos e aeronaves da FAB.

Os diretores anteriores iniciaram bons projetos para o LAQFA, aos quais será dada continuidade: projetos de parceria para desenvolvimento produtivo de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde e projetos de transferência de tecnologia, ambos visando ao fortalecimento do parque fabril do LAQFA, além da central de abastecimento farmacêutico, que é um projeto desenvolvido inteiramente com o capital intelectual interno.

O LAQFA trabalha para atender à necessidade do Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU) e dos nossos militares, assim como à população brasileira, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

ICTQ – Como a senhora enxerga a força da mulher farmacêutica?

Tem. Cel. Farmacêutica Andreia Guerra - Como falei anteriormente, minha trajetória como profissional farmacêutica foi, e ainda está sendo, no LAQFA. Mas, acredito, que, independentemente de onde a mulher farmacêutica esteja atuando - no meio civil ou militar, na indústria, no hospital, na manipulação ou na drogaria - o importante é o comprometimento, a dedicação, a ética, o respeito ao público-alvo, o caráter e, principalmente, o amor à profissão farmacêutica. Esses fatores levam ao sucesso e à realização profissional.

Toda a organização militar possui o seu Distintivo de Organização Militar, o ‘DOM’. No DOM do LAQFA está escrito ‘Aliviar a dor é obra divina’. Deus colocou nas mãos do farmacêutico a responsabilidade de conduzir o vetor para o alívio da dor: o medicamento.

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