O grupo Dimed, dono da rede de farmácias Panvel, cancelou a assembleia especial de acionistas preferencialistas, marcada para terça-feira (8/12), na qual seriam discutidas a conversão das ações em ordinárias e a migração da empresa para o segmento Novo Mercado, informou o Valor Econômico.
A conversão já havia sido alvo de críticas dos acionistas minoritários e dos fundos Samba Theta e CSHG Suprassumo, geridos pela Esh Capital, que recorreram no fim de novembro à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para interromper a assembleia. Eles questionaram a relação de troca de 0,8 preferencial para cada 1 ação ordinária.
Segundo o jornal, no comunicado desta segunda-feira (7/12), a administração da Dimed não detalhou os motivos do cancelamento, afirmando apenas que “permanece empenhada em levar a companhia a um dos segmentos diferenciados de governança corporativa da B3”.
Em meados de novembro, a Esh Capital enviou uma carta aberta a Dimed, considerando que a proposta apresentada pela empresa “afronta os direitos assegurados aos preferencialistas e as melhores práticas de governança corporativa”, segundo apurou o Valor.
A Esh, que tem posição minoritária na Panvel – soma de 652.400 ações preferenciais por meio de seus fundos –, questiona o fato de a empresa não ter apresentado um estudo independente para suportar a proposta ou a referência de período amostral usado para a conversão.
Para a migração ao segmento de maior governança da B3, onde só há uma classe de ações, a Dimed propôs uma conversão de troca de 1 ação preferencial por 0,8 ação ordinária, o que representa uma diluição de 20% das participações dos preferencialistas.
Conforme a Esh, o fator de conversão considera a relação comparativa histórica entre o preço de negociação das ações ordinárias e preferenciais no mercado. No levantamento feito pela empresa, de 2 de janeiro a 16 de novembro deste ano, a diferença média entre o preço de fechamento das ações ordinárias e preferenciais foi menor que 18% e, considerando período mais recente, abaixo de 15%.
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A gestora aponta ainda que a Dimed fez um programa de recompra (usual para sustentar o preço de ações) em que só foram adquiridas ordinárias e que a cotação dos papéis também foi impactada pela oferta subsequente (‘follow-on’) feita em julho pela empresa.
Já a Dimed destacou, conforme apurou o Valor, que não cabe a ela impor a conversão de ações preferenciais em ordinárias, sendo esta uma decisão dos acionistas que será votada em assembleia. “A proposta apresentada pela companhia para conversão na proporção de 1 PN para 0,8 ON deve ser aprovada pelos acionistas preferencialistas em Assembleia Especial já convocada, estando, portanto, sujeita à não aprovação caso essa seja a vontade da maioria dos acionistas preferencialistas”, informou.
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